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Sessão no Congresso Nacional
Sessão no Congresso Nacional Pedro França/Agência Senado
- O União Brasil foi o partido mais ‘infiel’ a Lula em pelo menos oito votações mais importantes do governo até agora.
- Já o PP e Republicanos, após entrada no governo, passaram a entregar seus votos nas pautas econômicas de interesse do presidente.
- O PSD foi legenda que mais votou junto com a gestão petista, seguida do MDB.
Em ao menos oito votações mais importantes do governo petista na Câmara até agora, o União Brasil foi o partido que mais votou contra os projetos de interesse do Planalto.
Isso é o que mostra um levantamento feito pela CBN, que levou em consideração desde a votação da PEC da Transição em dezembro de 2022 — que foi a grande aposta de Lula para garantir recursos para programas sociais, como o Bolsa Família –, até as últimas votações em 2023, como as pautas econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar arrecadação do governo.
Na contramão do apoio esperado, o União Brasil votou mais de 170 vezes contra os projetos de interesse da gestão Lula. O resultado demonstra um cenário desfavorável para o Executivo, já que o partido, desde o início do terceiro mandato, integra a base do governo Lula com três ministérios: Celso Sabino no Turismo; Juscelino Filho nas Comunicações e Waldez Goes no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Lula conseguiu alguma fidelidade do Centrão?
O levantamento sobre partidos do Centrão mostra, ainda, que PP e Republicanos só passaram a entregar os votos que o governo precisava nas pautas econômicas do segundo semestre. O apoio só ocorreu depois que Lula acoplou o Centrão no primeiro escalão do governo, com ingresso de Silvio Costa Filho como ministro de Portos e Aeroportos e André Fufuca como ministro dos Esportes. Os dois integravam a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Após conseguir cargos nos governo de Lula, o PP e o Republicanos entregaram os votos para o projeto das Offshores e Fundos Exclusivos, além da Reforma Tributária. A aprovação dessas matérias era essencial para a equipe econômica.
Antes disso, no entanto, tanto PP quanto Republicanos votaram contra o governo em matérias como a PEC da Transição, que garantiu que Lula bancasse programas que são bandeira de campanha do PT, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Os dois partidos também se manifestaram de forma contrária à Medida Provisória de reformulação dos ministérios e na MP do Marco Temporal.
Na avaliação do cientista político Melilo Diniz, a fidelidade dos partidos tem a ver com o tema dos projetos e com o comprometimento de cada sigla com o tema. Em relação ao PP e ao Republicanos, ele considera que a participação dos partidos no governo pode ter contribuído para o aumento de votos, como queria o presidente Lula, quando decidiu abrir entrada para o Centrão no governo.
Quais partidos foram ‘conquistados’ com ministérios?
Dos ‘partidos de centro’, o PSD, que possui três ministérios, foi que mais garantiu fidelidade a Lula. A legenda integra o governo com os nomes de Carlos Fávaro, na Agricultura; Alexandre Silveira, Minas e Energia e Andre de Paula, da Pesca.
Atrás do PSD, o MDB também entregou os votos que o governo precisava. O partido possui três pastas na Esplanada, com Simone Tebet no Ministério do Planejamento, Renan Filho no Ministério dos Transportes e Jader Filho no Ministério das Cidades.